Fusões e Aquisições melhoram retorno das empresas de capital aberto

Fusões e Aquisições melhoram retorno das empresas de capital aberto

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Um estudo sobre Fusões e Aquisições no País constatou que as empresas brasileiras de capital aberto, que concretizaram trabalhos nessas áreas, obtiveram melhor retorno aos acionistas do que as companhias da mesma categoria que buscaram somente crescimento orgânico.

O trabalho realizado pela consultoria The Boston Consulting Group (BCG) e denominado “M&M Made in Brazil”, teve como objetivo avaliar e entender como esses negócios impactam e promovem a geração de valor aos acionistas.

Como o estudo foi feito?

Nos últimos 20 anos foram analisadas 217 companhias listadas na B3 que realizaram aproximadamente 1,1 mil fusões e aquisições até 2016.

O retorno total do investidor, no qual estão incluídos distribuição dos dividendos, juros sobre capital próprio e ganhos com a valorização das ações; o crescimento da receita; além do EBITDA – sigla em inglês para lucro anterior aos juros, impostos, depreciação e amortização, foram os indicadores fundamentais para a realização do estudo.

O que foi constatado?

Empresas de capital aberto que realizaram fusões e aquisições entre 1995 e 2016 obtiveram um crescimento de 17,9% por ano no retorno total ao acionista. Diferentes disso, as empresas com crescimento apenas orgânico apresentaram crescimento de 14,6%, uma distinção de 3,3%.

Avaliando a receita líquida, as empresas que compraram ou fundiram demonstraram 16,3%, uma diferença de 6,9% se comparado às outras empresas que tiveram crescimento de 9,4% ao ano.

Em relação ao índice EBITDA das empresas, a diferença foi ainda mais significativa, 8 pontos percentuais. O índice das companhias que realizaram aquisições ou fusões avançou uma média de 16,8%. Já as empresas que não optaram por essas transações obtiveram 8,8% por ano.

Para Masao Ukon, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista ao Valor Econômico, a constatação da diferença maior dos números percentuais, considerando a receita líquida e o EBITDA, se deve ao excesso de alavancagem e preços altos das companhias adquiridas, “esses valores neutralizam ou até se sobrepõe ao efeito positivo de crescimento em lucro e receita na geração de valor”, explicou Ukon.

Outros fatores que podem influenciar

Também, foi constatado no estudo que agentes externos e internos, além das Fusões e Aquisições, podem influenciar no aumento de rendimento das empresas.

Agentes externos

Sobre os agentes externos, uma consideração importante foi constatada em relação ao momento da compra da empresa, sendo que ocorreram variações no retorno dos acionistas de acordo com o crescimento do PIB e com o risco-país de cada ano.

O retorno financeiro melhor foi observado em aquisições realizadas nos anos com o risco-país em 300 pontos base, considerado baixo. Nos anos com crescimento baixo do PIB, foram constatados maiores retornos aos acionistas, diferente das compras de empresas concluídas em anos com PIB elevado. A explicação lógica para isso se deve à tendência de valorização das empresas em momentos de avanços econômicos. Nos momentos de crescimento baixo, insegurança e incertezas em relação ao futuro econômico do País, podem provocar avaliações menos arrojadas em relação aos valores das empresas.

Já nos anos 2002, 2004, 2005 e 2008 em que o crescimento do PIB no Brasil foi alto, mas o risco-país também estava elevado, as empresas que realizaram aquisições obtiveram perda de 50% no valor do retorno total ao acionista. A explicação de Ukon é que o aumento do PIB provocou um otimismo no mercado e ocasionou valorização no preço das empresas compradas.

Por outro lado, nos anos 2009, 2012 2013 e 2014, quando o risco-país se mostrou baixo, assim como o PIB, entre 1% e 3%, o retorno médio total ao acionista foi de 68%.

Agentes internos

Quanto aos fatores internos, a pesquisa constatou diferenças entre empresas que fizeram apenas uma aquisição das companhias que fazem essas transações com maior frequência. As primeiras apresentaram, em média, 31% de retorno anual nos últimos dois anos à aquisição. No caso das empresas consideradas compradoras ativas, o retorno anual total ao acionista foi em média de 42% nos dois anos posteriores à conclusão da aquisição. A justificativa mais provável é de que a experiência adquirida pelas empresas que fazem essas transações com frequência pode favorecer esses ganhos.

Crescimento das Fusões e Aquisições no Brasil

Para o responsável pelo estudo, o aumento das Fusões e Aquisições durante os últimos 20 anos resultou no amadurecimento do País em relação a essas transações.

O número anual de Fusões passou de 110 para 498, um aumento de mais de 350% entre os anos de 1995 e 2016. Em relação aos valores dessas transações, o aumento foi maior de 270%, de mais de 26 bilhões de reais em 1995 para mais de 99 bilhões de reais em 2016.

Os números de grandes transações, que são considerados negócios com valor acima de 5 bilhões de dólares, também são considerados positivos. As operações referentes aos anos 2007 e 2012 corresponderam a 25% de todas as Fusões e Aquisições no País.

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