Fusões e aquisições de empresas: e o consumidor com isso?

Fusões e aquisições de empresas: e o consumidor com isso?

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Os impactos no mercado consumidor podem ser negativos quando o desempenho da empresa cai devido à mudança.

A intensa onda de fusões e aquisições, também conhecido como M&A (do inglês Mergers and Acquisitions), entre empresas de todos os setores da economia tornaram-se comuns, objetivando interesses diversos e causando impacto principalmente no mercado consumidor. As M&A continuam fortes no mercado globalizado, mesmo com as corriqueiras crises econômicas que assolam o mundo nos últimos anos.

Enquanto fusão é a junção de duas ou mais empresas que deixam de existir individualmente para se tornarem uma nova empresa, aquisição ocorre através da compra do controle acionário de uma empresa por outra, determinando o desaparecimento legal da empresa comprada.

Mesmo havendo diferenças conceituais entre essas duas operações, os fatores que levam as companhias a adotarem esses mecanismos são parecidos: acesso a novos mercados, maximização da produção com redução de custo, aumento de Market Share ou assumir uma posição de domínio no mercado. Apesar das M&A proporcionarem benefícios ao consumidor, por tornarem uma companhia melhor estruturada, em sua grande maioria não é bem isso que acontece.

No Brasil, há exemplos claros de M&A que impactaram negativamente na vida do consumidor. Exemplos como AMBEV – junção das principais marcas de cerveja do Brasil (Antártica, Skol e Brahma) – que gerou uma redução de competitividade e aumento de preço dos produtos ou a BR Foods – fusão da Sadia S.A. e a Perdigão S.A. – que acarretou a “suspensão” de algumas marcas conhecidas do consumidor, como a Batavo.

Atualmente, um dos mercados que mais possui reclamações junto ao Procon, o Telecom (Telefonia, Internet e TV a cabo), está passando por intensos processos de M&A. A recente junção das marcas Claro, Embratel e NET, do grupo mexicano América Móvil, e a Telefônica/Vivo (que também é o maior acionista da TIM Brasil) almejam fazer propostas pela emergente GVT, que mesmo considerada como uma “empresa anã” vem se impondo no mercado através de sua qualidade no serviço, abocanhando faturamento e market share consideráveis deste mercado.

Assim, principalmente no caso deste mercado, nota-se que uma possível M&A afeta diretamente os consumidores de telefone, internet e TV a cabo. Uma empresa que se destaca pela qualidade de seus produtos e serviços pode ser incorporada a empresas que possuem notório histórico de reclamações junto aos órgãos de defesa ao consumidor, além de diminuir a concorrência e a competitividade do setor causando um possível aumento dos preços.

Baseando-se em tais fatos, seria de grande valia que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, que regula e autoriza as M&A, desenvolvesse mecanismos de controle e monitoramento de toda ação econômica dessas operações, a fim de proteger e garantir uma maior qualidade dos produtos e serviços prestados aos consumidores que ficam a revelia das operações comerciais das grandes companhias globais.

Yuri Areco
Consultor da divisão de Gestão, Finanças e TI
BLB Brasil Auditores e Consultores

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