Instrumentos financeiros: entenda do que se trata a norma IFRS 9

Instrumentos financeiros: entenda do que se trata a norma IFRS 9

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Quando ativos e passivos financeiros são gerados às partes envolvidas, instrumentos financeiros são os documentos que originam essas operações. Essa é a finalidade desses dispositivos.

Mas não é assim tão simples. Tais ferramentas precisam seguir uma série de normas. E, a partir de 2018, novas diretrizes deverão ser respeitadas por conta da implementação da já aprovada International Financial Reporting Standards IFRS 9 — Normas Internacionais de Contabilidade em português.

Veja quais são as novas regras, o que mudou em relação às antigas e quais são as consequências positivas das alterações.

A IFRS 9

O intuito da criação desse novo conjunto de normas é descomplicar a elaboração de demonstrações contábeis e também facilitar a compreensão delas por leigos com interesse nos objetos financeiros movimentados. Além disso, as novas diretrizes foram trabalhadas de forma que essas ferramentas e seus registros sejam mais úteis para as empresas também em nível de gestão e negócios.

Dessa forma, como consequência projetada, diversos processos e mercados se tornam mais eficientes, exatos e claros.

Contabilização

Uma das mudanças que ilustra a simplificação foi a diminuição de seis categorias de ativos e passivos — da International Accounting Standards (IAS) 39 — para apenas duas: ativos financeiros ao valor justo e ativos financeiros ao custo amortizado.

Outra alteração importante foi a abordagem das perdas ocorridas. A partir da IFRS 9 serão tratadas como previsíveis ao invés de incorridas, como era antes. Ou seja, não mais simplesmente ocorrerão, de acordo com a contabilidade. Os demonstrativos passarão a ser trabalhados para apurarem essas possibilidades.

Quanto a registros de ativos e passivos, a resolução promoverá benefício geral facilitando a taxação de juros pela entidade responsável. Isso porque, em todos os pareceres contábeis, os objetos irão aparecer com valores de receitas ou despesas operacionais diretas já somadas ou subtraídas, gerando o valor total utilizável em análises e transações.

Instrumentos financeiros

A complexidade desse quesito também foi reduzida com as novas normas internacionais. A IFRS 9 qualificará a geração de ativos e passivos apenas em instrumentos patrimoniais e de títulos de dívidas.

O primeiro diz respeito aos objetos de contabilização que compõem o patrimônio empresarial, como as ações emitidas em organizações com capital aberto.

Já os títulos de dívidas se referem a papéis como debêntures vendidos. Os empreendimentos ganham dinheiro com eles, porém esses montantes não integram seus patrimônios. São objetos que dão títulos de crédito aos compradores, que passam a ter direitos como credores de negócios.

Os benefícios da nova resolução

Os empreendimentos que movimentam ativos financeiros expostos a riscos e também terceiros com interesse nesses valores, algumas vezes leigos em relação à contabilidade internacional, se beneficiarão da IFRS 9.

Tomada de decisão na gestão

O fato de demonstrações e instrumentos financeiros se tornarem mais eficientes, além de mais claros, facilitará o planejamento de ações para os gestores de ativos financeiros. Muito pelo fato de os pareceres e os instrumentos terem a previsão correta das perdas e poderem trabalhar observando esse fator.

Essas vantagens se estenderão ao fluxo de caixa que incorporar os valores decorrentes dessas operações. Neles, ganhos e perdas serão mais bem visualizados e projetados, sendo possível avaliar a qualidade e a viabilidade da manutenção das transações com determinados objetos — e , novamente, ação ou reação para melhoria de desempenho com mais facilidade e agilidade.

Confiabilidade dos números

Como o próprio nome diz, os ativos em questão são expostos a riscos. Então, o máximo de controle e clareza são necessários para projeções e mensurações.

Com as mudanças que abordamos acima em instrumentos, demonstrações e contabilização, a exatidão será maior em análises anteriores e posteriores de perdas, resultados e especificações de ativos.

Escrituração contábil

Esse ponto foi um dos mais positivamente impactados pela IFRS 9. O modelo da contabilização internacional dos ativos financeiros sob risco passará a ser mais bem padronizado, pois a IAS 39 deixa margem para diferentes ações e interpretações pela complexidade. Além disso, a escrituração se tornará mais organizada e, como dissemos anteriormente, clara a todos os envolvidos.

Por consequência, os números mais objetivos, exatos e controlados tornarão a contabilização mais transparente. E esse benefício será estendido ao fluxo de caixa, ferramenta muito mais útil às entidades financeiras e demais pessoas jurídicas com a incorporação de tais resultados.

Mercado de ativos

O mercado como todo colherá vantagens também. Como consequência dos novos processos e diretrizes, ele passará a ser um ambiente mais transparente e mais bem informado para todos os incluídos nele. Isso tudo dará mais chances de bons negócios para investidores e entidades, e reduzirá o risco para ambos nas operações.

A troca de perdas históricas por esperadas

No risco admitido e previsto, a IAS 39 define que a abordagem deve ser pelo histórico registrado. Assim, muitas vezes o impairment — a depreciação dos ativos financeiros — não corresponde à natureza ou à realidade do objeto em questão ou do planejamento estratégico da empresa.

Com a alteração, cada registro terá perdas previstas fiéis a si, à sua movimentação, a questões influentes e às ações e decisões da organização que detém o respectivo instrumento gerador.

A adequação e a transição à IFRS 9

Mesmo que o prazo seja apenas janeiro de 2018, as organizações que movimentam ativos financeiros terão de se adequar à resolução já em janeiro de 2017, pois o primeiro  exercício terá de ter — como normalmente — relatórios comparativos do ano anterior.

Porém, não se deve esquecer que no próximo ano a IAS 39 ainda será válida. Por isso, ambos os conjuntos de normas deverão ser utilizados — duas contabilizações para o mesmo período e para os mesmos ativos.

Conclusivamente, podemos dizer que as mudanças beneficiarão os envolvidos em todas as camadas de entidades financeiras e demais empresas desse mercado. E as alterações nos instrumentos financeiros fazem parte desse resultado, em que iniciam todos os processos com ativos e passivos.

Nas vantagens progressivas, a maior delas está na forma mais eficiente de ter informações, fazer negócios, contabilizá-los e mensurá-los em diferentes ferramentas e demonstrações — iniciando em instrumentos mais simples e diretos.

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