Teoria da Agência: a evidenciação dos conflitos dentro do ambiente empresarial

Teoria da Agência: a evidenciação dos conflitos dentro do ambiente empresarial

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Nesse post, explicaremos de forma completa a Teoria da Agência e a sua importância no contexto empresarial. Confira!

Já no início do século passado, os conflitos entre os diversos interesses envolvidos nas empresas e os chamados custos de agência não eram tão relevantes, pois a propriedade e o controle das grandes empresas estavam nas mãos de determinados indivíduos.

A crise econômica de 1929, que acarretou grandes perdas para investidores, e o surgimento das grandes corporações levaram à desconcentração da propriedade e à criação de um novo modelo de controle empresarial. Nesse novo modelo, o principal, o titular da propriedade, delega ao agente o poder de decisão sobre esse bem. Uma vez que os interesses do primeiro nem sempre estão alinhados aos do último, podem ocorrer conflitos.

Dentro do atual contexto econômico, é de grande importância que se conheça as mudanças que ainda estão ocorrendo, tanto na economia quanto na estrutura e organização das empresas. Isso porque é por meio dos mecanismos de atuação das companhias que se fundamenta toda a sua existência dentro de um mercado.


A estrutura de controle e de gestão das firmas tem sido alterada juntamente com as mudanças que vêm ocorrendo na economia. Empresas que antes estavam nas mãos do proprietário, que além das ações também detinha a administração da empresa, agora se deparam com a separação das funções entre proprietários e administradores.

Dessa maneira, e a partir do momento em que aparecem dois ou mais papéis dentro da companhia, emergem alguns problemas, desarmonia e contestações entre os agentes. Esses conflitos são evidenciados por meio da chamada Teoria da Agência (TA).

Teoria da Agência

Na TA, formalizada por Jensen e Meckling, a sociedade é concebida como uma rede de contratos, explícitos e implícitos, os quais estabelecem as funções e definem os direitos e deveres de todos os stakeholders (participantes). Dessa relação, surgem as figuras do principal e do agente, sendo que o primeiro se situa no centro das relações de todos os interessados na empresa. Já o segundo, como o próprio nome sugere, é um agente contratado, podendo ser empregados, fornecedores, clientes, concorrentes, acionistas, credores, reguladores e governos.

Dentro dessa relação, entre principal e agente, ocorre uma assimetria de informações, pois o agente tem acesso a dados que o principal não tem e vice-versa. Assim, a hipótese fundamental dessa teoria é que as pessoas têm interesses diferentes e cada uma busca maximizar seus próprios objetivos.

Ao abordar relações econômicas bilaterais entre essas figuras, a Teoria da Agência apresenta três condições:

  • O agente dispõe de vários comportamentos possíveis de adoção;
  • A ação dos agentes afeta não apenas seu próprio bem-estar, mas também o do principal;
  • As ações do agente dificilmente são observáveis pelo principal, por haver assimetria informacional entre as partes.

Os conflitos de interesse geram custos, pois são necessárias medidas para monitorar os administradores, as quais incluem: contratação de auditoria independente; implementação de medidas de controle; gastos com seguros contra danos provocados por atos desonestos de administradores; estabelecimento da remuneração dos agentes vinculada ao aumento da riqueza dos acionistas, como a concessão de ações ou opções de ações aos administradores e outros incentivos ao alinhamento dos interesses entre estes e a administração. Os custos de minimização do conflito de agência são denominados custos de agência.

Para reduzir os conflitos de interesses, se faz necessário utilizar mecanismos de Governança Corporativa.

mecanismos governança corporativa

Governança Corporativa

Assim, a Governança Corporativa será o sistema que, usando principalmente o Conselho de Administração, a auditoria externa e o conselho fiscal, estabelecerá regras e poderes para conselhos, comitês, diretoria e outros gestores, procurando prevenir abusos de poder e criando instrumentos de fiscalização, princípios e regras que possibilitem uma gestão eficiente e eficaz, reduzindo e minimizando todo e qualquer conflito de agência que podem ser causados pelas stakeholders da empresa dentro do sistema empresarial.

Yuri Areco
Divisão de Gestão e Finanças
BLB Brasil Auditores e Consultores

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